Que tal fazermos uma campanha para nós mesmos melhorarmos? O que queriam que representasse um povo oportunista, bandalheiro, que não respeita as convenções sociais, que paga propina para a polícia, que atravessa o sinal , que não respeita o pedestre, que explora a empregada doméstica, que tem a lei de Gerson como primeiro tratado a ser obedecido?
Para um povo frouxo, que enxerga os problemas sempre a milhas de distância: não poderia haver nada melhor do que Brasília: "É distante demais, está longe do meu alcance, posso lavar as mãos", diz-se em São Paulo, Rio, Salvador, Recife, Porto Alegre...
Crivella no Rio, Mercadante em Sampa, e os outros senadores que votaram pela safadeza ou se abstiveram, o que dá no mesmo, volta e meia estão perto dos suas bases, e o que faz o povo? Vai persegui-los, espezinhá-los, pressioná-los? Não. Vai para o botequim fazer cara de Regina Duarte e repetir o noticiário atrás de copos de chopp, falar que o problema está em Brasília, sem saber nem o que tem feito a câmara de vereadores da sua cidade.
Onde estão os "cansados"? Quanto sonegaram este mês?
Onde estão os petistas e o primado da ética de ontem? Francamente, que papelão! Faltam glóbulos para avermelhar a cara, como se avermelhou a estrela?
Onde estava a ética de hoje dos tucanos do seu também corrupto governo de tempos atrás, de Jader, que era o Canalheiros de FHC?
Onde estará a ética de hoje do PSOL amanhã, se no poder?
E nós, onde estivemos, onde estamos e onde estaremos?
Muita conversa, indignação meia-boca. Quero ver é atitude nas ruas. Transformação social em si mesmo, de baixo pra cima, sem subterfúgios, sem conversas à boca miuda, sem artimanhas. Sem fazer, no seu universo político possível, a mesma coisa que se critica na política dos altos escalões da cara de pau . Que cada um procure o Calheiros que há dentro de si, e se o achar, o destitua, o expulse, o casse. Que aproveitemos e façamos o mesmo com o Chavez, o Fidel, o Lula, o FHC, o Azeredo, o ACM, o Luis Estevão, o Bush, o Bornhausen, o Garotinho que habita cada um de nós...
Precisamos respeitar e incorporar os argentinos, que por muito menos , tocam o terror nos canalhas. Precisamos de sangue platino nas veias, porque de "latino", só tem mesmo aquele "cantor" que toca nas rádios seu sucesso bem apropriadamente denominado "Sem Noção".
É um desabafo
João Bani