terça-feira, maio 10, 2016

Na ponga do roubo alheio.

Vejo na rede a comemoração desajeitada dos torcedores do único clube que  não tem titulo nacional dentre os três pelos quais os baianos torcem: Bahia, Flamengo e Vexatória., este ultimo, o terceiro na preferencia dos baianos.

Diante de um título que caiu no colo, as características dos últimos jogos, com atuações parcialíssimas dos juízes, provocam nos  vexatorianos um sarcasmo que não lhes cabe: No espírito do “roubado é mais gostoso”, eles celebram a gatuna atuação dos juízes, como se ao pequeno clube centenário coubesse a dedicação da desonestidade de Vuaden e Daronco: Não, pequeninos que rodam a baiana e pegam ar até quando levantam uma taça: Não foi dedicado a vocês o pênalti mal marcado no primeiro jogo, tampouco o não marcado do segundo. Vocês não tem mercado nem para tal. O roubo não foi a favor de vocês, mas contra o Bahia.

Desde que o Bahia despachou o ultimo resquício de administração arcaica, viciada, antidemocrática e clientelista, desde que  denunciou a prática de jabá que havia entre dirigentes e jornalistas, apontando e tornando públicos  tanto uns quanto os outros, desde quando Fernando Schimdt apelou por uma nova ordem no nosso futebol, denunciando os desmandos e gestões duvidosas da CBF (o que viria a ser provado depois, pela  justiça americana), tendo sido o clube inclusive ameaçado por isso. Desde quando Marcelo Sant`Ana reiterou essas denuncias e, indo além , ousou tornar o Bahia o segundo clube brasileiro a romper com o braço midiático da mesma CBF, a Globo , e assinar com o E.I. Desde essas ações que só quem tem coragem e grandeza faz, o Bahia vem sendo combatido por parte da imprensa local, e sofrendo retaliações da CBF e FBF. Seja na escalação de estádios para jogar, quando fora de Salvador, seja na cara dura, em atuações recomendadas aos seus árbitros para prejudicar o tricolor.  Sobre isso, Juca Kfouri diz: 

“Hoje, na Fonte Nova, o Bahia vencia por 1 a 0 quando, aos 34 minutos do segundo tempo, o atacante tricolor Henrique foi simplesmente atropelado violentamente por um zagueiro rubro-negro na frente de Vuaden, que fingiu não ver. Teorias da conspiração são apenas teorias da conspiração. Mas se você somar os erros que derrubaram o Bahia no ano passado aos que impediram seu tricampeonato estadual só há uma conclusão possível: a postura independente e crítica da direção do clube estão incomodando a cartolagem nacional e não é pouco. Um absurdo, uma vergonha, um escândalo!”


É claro que a moqueca local vai depreciar a figura do jornalista que criou a maior revista esportiva da historia do Brasil, que fez a crônica do futebol brasileiro nas ultimas quatro décadas. Alguns ousaram até miar: “esses caras de fora não vivenciam o futebol baiano”.  Estão começando a vivenciar. Se já estavam atentos à perseguição que o Bahia sofre nacionalmente pela CBF, esse incidente de domingo colocou holofotes no pequeno vitória como coadjuvante regional dessa farsa, cachorro de peruca de estimação de  Naldo. Sim, ele Ednaldo, mas as glorias não são dele. Nem as do título nem as do roubo. Comemoram na ponga do roubo alheio.