A cor do Rei
João Bani
Certa vez na internet
Numa peleja de verbos e parco conhecimento
Da dimensão do elemento colocado em discussão
Não foi por vinte merréis pra pagar três e trezentos
A arenga do momento era a cor do rei do Baião
Cego mesmo ele não era, de Aderaldo o talento
Um globo ocular ocultando a santa terceira visão
Um olho morto por fora, enxerga tudo por dentro!
Outro bem vivo e atento, vê morena inspiração!
Soba, retinto ou cafuso
Sarará, bugre ou mulato
Cabo-verde misturado
Caboclo cabra da peste
Alma viva do Nordeste
Ave Luar encantado
Se era preto ou mestiço
Se tinha olho postiço
Me diz: que tem tudo isso
A ver com a auréola da Lua?
Gonzaga banhando o roçado
Luiz animando a rua
Xaxado, xote e baião
subindo a poeira do chão